A próxima década da arquitetura

18 de novembro de 2025

Entre tecnologia, sensibilidade e propósito: o que deve guiar o fazer arquitetônico nos próximos dez anos

Vivemos um tempo de transformações profundas — climáticas, tecnológicas e culturais — que redesenham a forma como habitamos, trabalhamos e projetamos. A arquitetura, nesse contexto, assume o desafio de construir sentido e acolhimento em meio à complexidade do presente.

Para refletir sobre o que nos espera nos próximos dez anos, reunimos as vozes da equipe VAGA para uma conversa sobre o futuro: o papel do arquiteto, a relação com o território e as novas possibilidades que surgem quando tecnologia e sensibilidade caminham juntas.

Nesta edição da seção Novidades do Mercado, compartilhamos
 os principais movimentos do mês: nossas oficinas técnicas com
 a DECAMP e a Sulfrio, a visita ao lançamento do Eco-sil da Terracor e a inauguração da nova loja da Zissou S.A. no Shopping Villa-Lobos, projeto assinado pelo VAGA em parceria com o Pistache Ganache.

Foto: Carolina Lacaz

Quando vocês pensam na arquitetura da próxima década, o que vem primeiro à mente?

Vivemos a sobreposição de crises — climática, social, habitacional
 e simbólica — e o papel da arquitetura será o de criar clareza
 e significado em meio a esse cenário. Mais do que imaginar formas novas, será preciso construir espaços que acolham, que façam sentido, que tragam pausa e pertencimento.

Ao mesmo tempo, é impossível ignorar a revolução tecnológica em curso. A inteligência artificial, os sistemas generativos e as novas ferramentas de visualização já estão mudando a forma de pensar, projetar e comunicar a arquitetura.

O desafio será manter a autoria e a sensibilidade humana diante
 de processos cada vez mais automatizados.

“O futuro parece apontar para uma arquitetura mais leve, responsável
 e consciente — tecnológica, mas sensível; eficiente, mas poética.”

Foto: Carolina Lacaz

O que deve mudar — e o que deveria permanecer — na forma de projetar e construir?

Os fluxos de trabalho estão se tornando mais colaborativos e integrados. As ferramentas digitais e a inteligência artificial reconfiguram processos, e os limites entre projetar e construir se tornam mais tênues.

O que deve permanecer é o olhar atento: a capacidade de ler o contexto, compreender as pessoas e traduzir o tempo em espaço. Essa sensibilidade é o que dá alma à arquitetura.

Que mudanças já estão redesenhando o campo da arquitetura hoje?

Vivemos um momento de revisão profunda. As questões climáticas, o impacto dos materiais e a digitalização dos processos estão nos obrigando a repensar como e por que projetamos. A cultura da eficiência e da velocidade precisa dar espaço a uma cultura da relevância, da permanência e do cuidado.

Como esses movimentos impactam o trabalho dentro do escritório?

Essas transformações têm nos levado a buscar uma arquitetura cada vez mais racional e precisa, mas também mais sensível. Trabalhamos cada vez mais com sistemas industrializados e obras secas, priorizando materiais adequados ao contexto local e decisões que reduzam desperdício. Usamos a tecnologia — da visualização à inteligência artificial — como aliada para projetar com mais consciência e previsibilidade.

“Trabalhar com eficiência não significa ser mecânico — significa criar condições para que o projeto evolua com menos atrito e mais diálogo.”

Foto: Carolina Lacaz

Há tendências que vocês observam com entusiasmo ou preocupação?

Observamos com entusiasmo a valorização do essencial: espaços com propósito, coerência e conforto. Mas nos preocupa a velocidade com que a arquitetura é consumida como imagem. Quando o tempo de pensar é substituído pela pressa de publicar, há o risco de superficialidade.

Qual deve ser o papel social da arquitetura na próxima década?

Mais do que desenhar edifícios, trata-se de criar infraestrutura emocional e espacial para a vida. A próxima década exigirá arquiteturas mais inclusivas, adaptáveis e resilientes — capazes de responder às urgências sociais e ambientais sem abrir mão da qualidade, da técnica e da beleza.

“A inovação precisa ser ética
 antes de ser tecnológica.”

Foto: Carolina Lacaz

Como equilibrar inovação e responsabilidade ambiental?

Ser inovador é saber fazer mais com menos, reduzir impacto e ampliar a experiência humana. A tecnologia é aliada — mas só faz sentido quando está a serviço de um propósito maior: um modo de habitar mais equilibrado, consciente e sustentável.

Como o VAGA se prepara para esse futuro?

O VAGA nasceu como fruto dessa inquietação. Desde o início, buscamos equilibrar identidade e eficiência, sensibilidade e método. Trabalhamos com processos claros, colaboração entre áreas e constante atualização técnica — sem perder o espaço da intuição e da reflexão. Essa combinação entre rigor e sensibilidade tem sido o alicerce do escritório.

Se tivessem que resumir o que move o VAGA para os próximos dez anos em uma palavra, qual seria?

Essência. Buscar a essência do espaço, da matéria, das relações. Reduzir o supérfluo para potencializar o que realmente importa. Esse é o norte que guia nossa prática — e deve continuar guiando nos próximos anos.

“Buscar a essência é o que nos move: clareza, leveza e propósito
 em cada espaço criado.”

Foto: Carolina Lacaz

Que sonho ou desafio gostariam de ver a arquitetura brasileira enfrentar na próxima década?

O desafio é democratizar o acesso à boa arquitetura sem perder qualidade e autoria.

Ver uma arquitetura brasileira mais enraizada, presente em escolas, habitações e espaços públicos — que dialogue com as diversas realidades do país — seria um enorme avanço. Acreditamos que o bom projeto não deve ser privilégio, mas parte da vida cotidiana.

E, pessoalmente, o que gostariam de ver diferente nas cidades?

Cidades mais generosas, que acolham o encontro e o convívio. Que a casa volte a ser abrigo, não vitrine. E que a arquitetura continue sendo um campo de construção de sentido — não apenas de edifícios, mas de possibilidades de vida.

Novidades do Mercado

A equipe do VAGA participou da Oficina de Esquadrias de Alumínio com a DECAMP, empresa com mais de 30 anos de atuação em sistemas de alta performance. O encontro apresentou as principais linhas, tipologias e limites de aplicação, ampliando nosso repertório para propor soluções mais precisas e adequadas a cada projeto.

Também realizamos a Oficina de Climatização com a Sulfrio, especializada em sistemas de ar-condicionado residenciais e comerciais. A capacitação abordou tipologias de condensadoras e evaporadoras, lógicas de projeto e boas práticas para integrar o conforto térmico de forma eficiente e discreta à arquitetura.

Participamos ainda do lançamento do Eco-sil, novo revestimento mineral da Terracor, durante evento que incluiu a palestra “O futuro do morar
 e do viver”, com Sabina Deweik. A visita reforçou nosso diálogo com tendências e soluções contemporâneas que moldam os espaços
 e o comportamento.

Foto: Iara Morselli

Por fim, celebramos a inauguração da nova loja da Zissou S.A. no Shopping Villa-Lobos, projeto desenvolvido pelo VAGA em parceria com o Pistache Ganache. A abertura, acompanhada do lançamento da coleção 2025–2026, marca um novo momento da marca e já está aberta ao público.

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