O papel do arquiteto no futuro do morar e as crises climáticas  

8 de abril de 2024

Nesta nova edição da newsletter, discutimos o papel fundamental da arquitetura e do urbanismo no futuro do morar e na construção de cidades mais sustentáveis. Como exemplo, citamos nosso projeto para o Setor Habitacional QNR06 Ceilândia.

Também compartilhamos mais informações sobre o assunto no Podcast Habitability, onde o arquiteto e sócio-proprietário do VAGA, Pedro Domingues, conta sobre a atuação do escritório nessa área.

Na seção Novidades do Mercado, trazemos algumas tendências e lançamentos encontrados na Expo Revestir 2024.

As crises climáticas estão transformando a maneira como pensamos o futuro do morar. Ao projetar desde uma residência ou um espaço urbano é fundamental considerar uma série de aspectos para garantir tanto a sustentabilidade ambiental quanto o conforto e a qualidade de vida.

“Como arquitetos, temos a responsabilidade de projetar edifícios e espaços urbanos que sejam resilientes, capazes de lidar com os desafios impostos pelo clima em constante mudança, encarando a sustentabilidade como cerne da discussão arquitetônica” – Pedro Domingues, sócio-fundador do VAGA.

No âmbito do urbanismo, por exemplo, adotar uma visão abrangente para o desenvolvimento urbano sustentável, priorizando a integração de infraestruturas eficientes, uso consciente de recursos naturais e transporte público de qualidade, se tornou uma tarefa essencial.

Cidades sustentáveis, construídas a partir do uso de tecnologias que promovem uma infraestrutura conectada capaz de otimizar a eficiência dos espaços públicos e privados, representam o futuro. Integradas por meio de uma rede de mobilidade urbana sustentável que incentiva o uso de transportes coletivos de qualidade, seguro e eficiente, elas contribuem para espaços mais verdes que favorecem o bem-estar da população e a biodiversidade.

Já no campo da arquitetura, algumas dessas tendências também podem ser encontradas: a flexibilidade dos espaços que se adaptam às necessidades dos moradores; as casas inteligentes, que utilizam sistemas de automação e IOT (internet das coisas); a sustentabilidade energética, com residências que utilizam fontes renováveis de captação e gerenciamento de energia; habitações modulares, construções feitas com componentes pré-fabricados; e comunidades planejadas que cada vez mais buscam por áreas verdes e espaços de convívio entre moradores.

Para que essas tendências se tornem realidade e possam ser difundidas, é necessário que os profissionais de arquitetura estejam a par das inovações tecnológicas, como sistemas de automação, uso dos métodos de construção modular e digitalização de informações, por exemplo, que permitam a construção de espaços mais eficientes e adaptáveis às várias mudanças exigidas no mundo atual. No entanto, também é possível encontrar soluções ecoeficientes dentro das técnicas tradicionais presentes na arquitetura popular e nas construções vernaculares.

“Priorizar a eficiência energética, o uso responsável dos recursos naturais e a criação de espaços urbanos que promovam a coesão social e a resiliência às mudanças climáticas, tudo isso em equilíbrio com a questão financeira, configuram hoje como um dos principais desafios enfrentados pelos arquitetos” – Pedro Faria, sócio-fundador do VAGA.

A escolha de materiais e sistemas construtivos não-convencionais pode ser uma solução para enfrentar esse desafio e podem trazer um impacto positivo no projeto arquitetônico e no meio ambiente. Madeira industrializada (MLC/CLT), terra (taipa de mão/pau-a-pique, taipa de pilão, tijolos de solo-cimento), steelframe e woodframe, além de impressão 3D e materiais reciclados, não apenas reduzem o consumo desenfreado de recursos naturais e emissões de carbono, mas também melhoram a qualidade dos ambientes, proporcionando uma maior sensação de conforto aos usuários.

“No VAGA, temos a convicção de que bons projetos são eficientes e sustentáveis por natureza. Soluções inteligentes não necessariamente vêm de um aparato tecnológico ultramoderno e rebuscado, muitas vezes a solução ideal reside na arquitetura popular ou em técnicas vernaculares, fruto de um conhecimento acumulado por povos e civilizações ao longo do tempo.” – Pedro Domingues, sócio-fundador do VAGA.

Setor Habitacional QNR06 Ceilândia

Citamos como exemplo, nosso projeto para o Setor Habitacional QNR06 Ceilândia, proposta vencedora do concurso nacional para o projeto de urbanismo e arquitetura de um novo setor habitacional na cidade satélite do Distrito Federal.

O projeto propõe uma abordagem integrada de urbanismo e arquitetura, destacando-se pela ênfase na sustentabilidade e ecoeficiência. O espaço urbano planejado busca unir dimensões econômicas e sociais, promovendo uma nova centralidade que atenda às demandas habitacionais e de emprego da população em crescimento.

A concepção do projeto se baseia na criação de uma grande praça central que combina espaços produtivos, culturais e esportivos, incluindo práticas de agricultura orgânica sustentável e atividades de convívio comunitário.

A configuração da praça central e seu entorno é cuidadosamente planejada para promover a interação entre diferentes usos e atividades, como o mercado, espaços de ensino, áreas comerciais e institucionais. A proximidade com a rodovia permite o escoamento da produção agrícola, enquanto áreas residenciais são integradas de forma a proporcionar uma vida urbana mais humana e acolhedora. Além disso, o projeto valoriza a relação com o entorno existente, criando espaços de transição e hibridismo que se conectam harmoniosamente com a malha urbana principal.

Os fluxos de pessoas e mercadorias são pensados para promover a unidade entre cidade, bairro e praça, com vias estruturadas para diferentes modais de transporte. O parcelamento do espaço contempla áreas habitacionais diversificadas, espaços comerciais, institucionais, culturais e produtivos, todos projetados com critérios de economia, sustentabilidade e acessibilidade. O projeto também inclui uma extensa rede de áreas verdes e espaços públicos, visando não apenas o bem-estar dos habitantes, mas também a promoção da biodiversidade e saúde do ambiente.

Podcast Habitability – EP. 34: A Transformação Tecnológica e Sustentável das Cidades.

As discussões sobre o futuro das cidades e do morar fazem parte do dia a dia em nosso escritório.

Recentemente, Pedro Domingues, o arquiteto e sócio-proprietário do VAGA, participou do Podcast Habitability, a convite da MRV & CO, e contou sobre a atuação do escritório na área e discutiu os impactos das novas tecnologias na arquitetura e o futuro das cidades inteligentes.

Confira abaixo o episódio completo no YouTube:

Novidades do Mercado

EXPO REVESTIR 2024, realizada em São Paulo de 19 a 22 de março, destacou-se pelos lançamentos de produtos que reforçam a sustentabilidade, a combinação entre artesanato e tecnologia, e soluções autorais que unem design e elegância atemporal. A conexão com a natureza e elementos naturais para promover bem-estar foi uma tendência forte em várias marcas. Diversos segmentos apresentaram linhas assinadas por arquitetos e designers renomados, evidenciando a demanda do mercado por soluções que integrem sustentabilidade, design, conforto e elegância.

Entre os produtos destacados, a Roca lançou duas novas cubas de apoio da coleção Ohtake, assinadas pelo arquiteto Rodrigo Ohtake, com linhas orgânicas e desenho atemporal inspirado na flor copo-de-leite. Esses produtos receberam o prêmio Best in Show, representando a fusão entre tradição e inovação. A Portobello, por sua vez, apresentou as linhas Folia e Bordas, desenvolvidas em colaboração com o renomado arquiteto brasileiro Isay Weinfeld. A Folia é marcada por placas coloridas em grandes dimensões, com uma proposta lúdica e criativa, enquanto a Bordas apresenta placas cimentícias robustas, com contornos irregulares que remetem ao artesanato rústico.

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