CENTRO COMERCIAL CL 

ficha técnica

  • Localização: Cesário Lange – SP 
  • Ano Projeto: 2018 
  • Ano Obra: 2021 
  • Área Terreno: 920 m2 
  • Área Projeto: 950 m2 
  • Autores: Fernando O’Leary, Pedro Domingues, Pedro Faria 
  • Colaboradores: Giovana Custódio, Gabriela Inomata 
  • Cliente: Eixxo Empreendimentos Imobiliários 
  • Projetos Complementares e Consultorias: Monteiro Soluções em Engenharia  
  • Fornecedores: GWG Construções   
  • Fotos: Leonardo Finotti 
  • Prêmios: Indicado ao Prêmio Building of The Year 2023, do ArchDaily na categoriaCommercial Architecture”
  • Publicações: ArchDaily World, ArchDaily Hispanoamérica, ArchDaily Brasil  

Espaços comerciais em Cesário Lange SP 

Para um terreno de aproximadamente 920 m2, localizado no centro da pacata cidade de Cesário Lange, foi requisitada a concepção de um edifício composto por espaços flexíveis e devidamente adequados para abrigar pequenos estabelecimentos de usos diversificados, destinados principalmente a atividades de comércio e serviços. O conjunto está situado na esquina oposta aos Galpões CL, projeto desenvolvido anteriormente pelo VAGA para o mesmo empreendedor. O lote goza de uma relação franca com um córrego arborizado, associado a uma das principais vias de acesso à cidade, onde a população pratica cotidianamente atividades de esporte e lazer. 

 O principal intuito com a implantação do complexo era dar suporte ao desenvolvimento econômico do município, associado principalmente à agropecuária e à indústria, assim como fomentar o desenvolvimento territorial, oferecendo espaços apropriados para locação de comércios e escritórios, em um lugar ainda desprovido de tais equipamentos. Logo, instituiu-se como desafio essencial a criação de um objeto de natureza simples, porém atrativa, capaz de potencializar a vitalidade da rua e elevá-la à condição de espaço não só de circulação, mas de permanência e convivência cívica. Através da associação dos espaços de convívio coletivo aos espaços destinados aos comércios, estabelece-se uma relação de mútuo benefício entre público e privado. 

 Tratando-se de um lote de esquina, também era pertinente a constituição de duas frentes com permeabilidade visual que promovessem o contato direto entre a rua e o programa proposto, fundamental para o bom funcionamento dos usos idealizados. Na esquina foi criada uma praça elevada em relação ao nível da rua, estabelecendo um ponto de ligação entre os conjuntos comerciais, a avenida principal, o córrego e a praça do conjunto de galpões na esquina adjacente, conformando assim um lugar de encontro. 

 Como forma de solucionar o desnível preexistente, os 6 módulos comerciais de 2 pavimentos são organizados de dois em dois, estes integráveis entre si, ajustando-se à topografia da calçada. Além da flexibilidade na integração ou compartimentação entre os conjuntos, os espaços deveriam ser capazes de abrigar com facilidade uma gama diversa de usos possíveis e permitir, através de pequenas adequações, mudanças de uso sem grandes complicações ou intervenções estruturais complexas. Os módulos, portanto, contam apenas com infraestrutura básica de sanitários e copa, escada de acesso ao pavimento superior e sistema de instalações posicionadas em lugares estratégicos, priorizando a praticidade das eventuais adequações e promovendo grande liberdade às futuras ocupações. 

 Enquanto construção, o projeto tira partido das restrições de custo previamente impostas e propõe uma estrutura simples e de baixa manutenção, composta por estrutura convencional em concreto armado e lajes pré-moldadas, associadas a vedações em blocos cerâmicos. A cobertura, por sua vez, é composta por sheds estrutura metálica leve e telhas termo acústicas. Estes elementos de telhado inclinados possibilitam uma constante iluminação e ventilação natural dos conjuntos, minimizando a dependência de recursos artificiais para garantir o conforto da edificação. Já as aberturas são generosas nas vitrines do térreo e nas janelas do pavimento superior voltadas à área verde perimetral ao córrego. 

 A materialidade também se coloca de forma despretensiosa e singela: as paredes foram pintadas na cor branca, os pisos internos são feitos em concreto polido e os pisos externos em cerâmica. Em contraponto com a simplicidade material e construtiva, edifica-se um objeto carregado de complexidade em sua volumetria, despertando um jogo de cheios e vazios, luz e sobra, numa composição que se revela gradualmente conforme o trajeto percorrido pelo espectador. 

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