Vila Amélia

ficha técnica

  • Localização: Sertãozinho – SP, Brasil
  • Ano Projeto: 2015
  • Ano Obra: 2017
  • Área Terreno: 528 m2
  • Área Projeto: 580 m2
  • Autores: Fernando O’Leary, Pedro Domingues, Pedro Faria
  • Colaboradores:
  • Cliente: 2R Empreendimentos Imobiliários
  • Projetos Complementares e Consultorias: –
  • Fornecedores:
  • Fotos: Leonardo Finotti
  • Prêmios:
    Indicado ao Prêmio Obra do Ano 2019, do ArchDaily Brasil na categoria “Arquitetura Residencial”
    Indicado ao Prêmio Building of The Year 2019, do ArchDaily na categoria “Housing”
    Finalista do 5º Prêmio de Arquitetura do Instituto Tomie Ohtake 2018
  • Publicações: Vitruvius, ArchDaily World, ArchDaily Brasil, Divisare

Edifício residencial de habitação popular em Sertãozinho-SP realizado para 2R Empreendimentos Imobiliários através do programa Minha Casa Minha Vida.

O exterior bruto e resistente da pedra contém e protege o que há de precioso em seu interior. Ao se fechar para a rua, o edifício conserva em seu centro o que nele existe de mais valioso, o vazio. O pátio aqui tem o papel de elemento de articulação e palco para o cotidiano. A existência do espaço central como evento, núcleo da organização espacial, é um incentivo ao encontro e à convivência coletiva.

Sustentado sobre um programa que oferece condições atrativas de financiamento de moradias para famílias de baixa renda (Minha Casa Minha Vida), o projeto emerge com a premissa de construir com o mínimo de recursos financeiros o máximo de incentivos arquitetônicos para a convivência harmoniosa entre os moradores. O desafio, portanto, foi determinado pelos parâmetros fundamentais do projeto: construir oito apartamentos, com uma suíte e um quarto com banheiro no corredor de aproximadamente 70m2 com custo de construção inferior a 1.300,00 reais o metro quadrado.

Desta forma, o projeto explora a qualidade volumétrica de conter o espaço vazio e definir o pátio interno ao edifício contrariando a ocupação preconcebida para este tipo de empreendimento, sem nenhuma interação entre si ou aos elementos urbanos adjacentes. A implantação da Vila Amélia em torno do vazio sugere a ocupação do espaço coletivo e o coloca como questão central na estruturação funcional do edifício.

Ao elevar o pátio à condição de articulador programático, o coletivo passa a desenhar o privado de forma que eles se relacionam em diversos momentos na Vila. Os quartos são voltados para as áreas de menor tráfego e permanência enquanto as áreas sócias dos apartamentos se voltam para o vazio, que com a presença de paisagismo consegue proporcionar privacidade aos apartamentos e qualidade de vida aos moradores.

Como forma de reduzir custo com a obra, a edificação foi concebida com uma modulação estrutural ideal para a construção em concreto armado e lajes pré-fabricadas.  Passarelas metálicas articulam os volumes com fechamentos em alvenaria de tijolo baiano. As janelas e portas com dimensões padrão de mercado dispostas de forma dissemelhante, são determinantes para o aspecto final do edifício. A leve inclinação na cobertura estipulada pela telha de fibrocimento que cobre a laje, possibilita uma maior iluminação do pátio e agrega à composição da fachada da edificação.

A partir do incentivo ao encontro a Vila Amélia propõe de forma singela uma nova prática no modo de vida de seus moradores. O projeto resulta de uma convergência entre espaço construído e não construído condicionantes deste modo de vida. O vazio suplementar ao conjunto arquitetônico atua como catalisador de situações sociais.

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