Como aliar viabilidade financeira à qualidade arquitetônica dos projetos

6 de outubro de 2023

Nessa edição, vamos discutir nossa abordagem para viabilizar projetos de baixo orçamento sem depreciar a qualidade estética e funcional da arquitetura.

A disponibilidade financeira do cliente sempre mereceu grande atenção de nossa parte, desde o início de nossas atividades em 2015.

Entendemos que a contratação do projeto é somente o primeiro passo de uma longa jornada para viabilizar o objetivo do cliente de ver seu espaço (e seu sonho) realizado e concretizado, dentro (ou acima) das suas expectativas. Em outras palavras, criar algo que não será possível viabilizar conforme o planejado, não irá satisfazer nem nossos objetivos como arquitetos e muito menos os do cliente, gerando frustrações em ambas as partes.

Como então evitar que isso aconteça?  

A primeira etapa do nosso processo de desenvolvimento de projeto, que chamamos de Descobrir, envolve entender profundamente os hábitos, necessidades, objetivos e aspirações, verbalizados ou não, da pessoa, família ou empresa, de modo a criar uma solução que supere as expectativas. Obviamente, discutir as limitações financeiras e seus limites de flexibilidade é um ponto fundamental nesse contexto. Queremos sempre, no final, ouvir o cliente dizer algo como “… puxa, não sabia de seria possível viabilizar um projeto tão surpreendente com os recursos que eu dispunha…”.

Isso é fácil de almejar, mas envolve um enorme esforço e experiência para que se torne realidade. Quem já enfrentou uma obra de construção ou reforma sabe bem do que estamos falando.

Na etapa seguinte, a criação dos primeiros estudos preliminares, que chamamos de Imaginar, começa o desafio do arquiteto de propor soluções condizentes com o orçamento pré-estabelecido e de zelar pelo cumprimento das decisões tomadas em conjunto com os clientes. Faz parte desse processo, entender o contexto e qualidade da mão de obra local e a definição, desde o início, da melhor solução construtiva, dos materiais a serem utilizados, da disponibilidade deles no local da obra, para que o orçamento e prazos sejam cumpridos adequadamente.

Dizemos que “cada espaço vazio é uma oportunidade” e todos esses aspectos mencionados são extremamente importantes para aproveitar ao máximo essa oportunidade com criatividade e eficiência.

Nos passos seguintes é garantir que tudo aconteça de acordo com o planejado. A etapa Desenvolver, por exemplo, se preocupa em disponibilizar todos os desenhos, especificações e detalhes necessários, projetos complementares, compatibilizações etc, para que não haja nenhuma dúvida para quem irá executar, e retrabalhos sejam evitados, já que comprometeriam o orçamento disponível.

No entanto, ainda com todos esses cuidados, imprevistos sempre acontecem exigindo adaptações que são identificadas e decididas rapidamente através de um acompanhamento bem próximo da execução. É a etapa Fiscalizar de nosso processo.

“As soluções que propomos sempre consideram, desde o início, o orçamento do cliente. Conseguimos fazer algumas adaptações no meio do processo, que podem gerar economia, ou evitar gastos desnecessários, mas a economia real mesmo é encontrada na forma de pensar o projeto” – Pedro Faria, sócio fundador do VAGA.

É recomendado que exista um profissional que atue como uma espécie de consultor, que acompanhe a precificação do projeto ao longo das etapas. Conforme o projeto se desenvolve, os orçamentos vão sendo afinados até a etapa executiva, que deve se aproximar o máximo do montante proposto. 

“Quando o projeto tem uma questão financeira muito restritiva, buscamos soluções criativas, de bom gosto, sem depender de acabamentos sofisticados e custosos. Muitas vezes o segredo está na simplicidade e não em materiais caros ou que exijam profissionais muito especializados” – Pedro Domingues, sócio fundador do VAGA.

Como exemplo, citamos alguns de nossos projetos residenciais e corporativos, que foram desenvolvidos a partir de um orçamento reduzido, mas que, ainda assim, possuem um partido arquitetônico forte:

“Somos um escritório que visa atender diversos tipos de clientes e projetos. Já viabilizamos soluções inovadoras para incorporadoras que constroem para o programa Minha Casa Minha Vida até projetos de alto padrão para pessoas físicas ou jurídicas. Encaramos todos, independente da sua natureza, com a mesma seriedade e com o mesmo nível de profundidade” – Pedro Domingues, sócio fundador do VAGA. 

Alguns exemplos:

Vila Amélia

Partindo de um valor bastante restrito – menos de R$ 1.300,00 o metro quadrado na época da sua construção, o grande diferencial do Vila Amélia é a forma como o espaço foi pensado para sair do convencional a partir da própria arquitetura, volumetria e a contenção dos espaços vazios. Aqui, o coração do projeto é o pátio central, que abriga atividades do cotidiano e incentiva a convivência coletiva.  

Esse projeto foi indicado ao Prêmio Obra do Ano 2019, do ArchDaily Brasil na categoria “Arquitetura Residencial”; Prêmio Building of The Year 2019, do ArchDaily na categoria “Housing” e foi finalista do 5º Prêmio de Arquitetura do Instituto Tomie Ohtake 2018.  
Além disso, foi vastamente publicado em inúmeros sites e veículos da arquitetura como Vitruvius, ArchDaily World, ArchDaily Brasil, Divisare.

Vila Gomes

O partido arquitetônico diferenciado viabilizou a construção desse projeto, sem depender de grandes aberturas, esquadrilhas ou acabamentos sofisticados. Sua volumetria e a relação entre os três blocos que se erguem no espaço, foram as soluções encontradas, que não pesaram no orçamento.

Centro Comercial CL

Para esse projeto localizado no interior de São Paulo, criamos um objeto de estrutura simples, de baixo investimento e manutenção, e atrativo, capaz de associar espaços destinados ao comércio, aos espaços de convívio coletivo, potencializando e estabelecendo uma relação mútua entre o público e o privado.

Galpões CL

Neste caso, partimos de um orçamento enxuto, em torno de R$ 700,00 o metro quadrado. O programa proposto permitiu uma construção mais simples, onde não foram utilizados acabamentos caros, deixando, por exemplo, os blocos de concreto aparentes. 
O resultado final agradou bastante e permitiu aos proprietários viabilizar locações para negócios bem variados e diferentes do inicialmente imaginado.

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